Tenho lido, ouvido e refletido bastante sobre estes tempos e as diferentes perspectivas acerca da Pandemia de Covid-19. Seus impactos sobre a economia, sobre como esse problema tem acirrado ainda mais a polarização na política, sobre o acelerado agravamento dos problemas ecológicos, envolvendo múltiplas questões – dramáticas – e, sobretudo, como tudo isso recai fortemente sobre os segmentos sociais mais vulneráveis.

Evidentemente, também existem inúmeras iniciativas voltadas para o enfrentamento desses problemas, representando um imenso esforço para a implementação de ações em níveis local, regional e global desde, pelo menos, a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano em 1972, também conhecida como Conferência de Estocolmo.

Estou tomando essa referência porque foi a primeira grande reunião de chefes de Estado para tratar da degradação do Meio Ambiente. Depois vieram a Conferência Rio 92 e outras tantas até o Acordo de Paris, um tratado no âmbito da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima (CQNUMC), negociado em Paris durante a COP21, e aprovado em 12 de dezembro de 2015. No entanto, os problemas se agravaram e o que foi previsto está se tornando real, talvez bem mais cedo e de forma muito mais intensa.

Bem, mas o que estaria acontecendo na Terra agora? Sem que saibamos onde estamos certamente não saberemos que direção tomar. Aqui, arrisco reunir olhares de pessoas que pensam estrategicamente de forma global, buscando colocar à bordo povos e nações de diferentes matizes e possíveis soluções para a base da Pirâmide Social Mundial: “os pobres, bilhões de pessoas muito pobres". Apenas para que se tenha uma ideia da desigualdade em relação a emissões de gases de efeito estufa, uma das principais causas das mudanças climáticas globais: “1% da população mais rica do mundo causa o dobro das emissões de CO2 dos 50% mais pobres, diz Oxfam”.

Não posso e não quero esquecer o que ouvi “Karenna Gore” falando em sua apresentação sobre "Earth Ethics: How Spirituality Can Save the Environment", no recente evento The Dalai Lama Global Vision Summit*:

"Em todas as salas onde houver decisões sendo tomadas sobre desenvolvimento, energia e política ambiental, deve haver três cadeiras vazias designadas para os mais afetados por esses processos e que não têm voz para serem defendidos:

(a) os pobres e marginalizados do mundo;

(b) todas as futuras gerações;

(c) toda a vida não humana...

Assim, parti de uma escala, como se estivesse em órbita terrestre, contextualizando as diferentes situações a partir desses geniais seres humanos, deixando várias questões para análises e críticas de quem se interessar ou se sentir chamado.

Nos estudos de "Que mundo é esse", pouco foi realizado por mim, apenas uma seleção de autores e a compilação de artigos, matérias, livros, sites e vídeos. Como não sei inglês, usei tradutores automáticos. Esses recursos não são perfeitos, mas foram e são extremamente úteis para uma clara compreensão a quem se sentir por eles inspirado e, eventualmente, se motivar a engajar em alguma das iniciativas fantásticas como as dessas pessoas.

Da imersão no tema macrotransições e das experiências em 2020, surgiram as reflexões de "Sonhando Juntos" e a ideia de um Laboratório de Inovação Social, com foco em Gestão Municipal, atento a questões que nos requerem respostas objetivas e inovadoras: O que podemos, devemos e precisamos fazer diante desse aprendizado?

Sigo aqui na busca, troca e desenvolvimento dessas descobertas.

Darcy Brega

novembro, 2020

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